Haddad deve ser convocado pelo Senado para explicar livro com erros

04/06/2011 17:58

 

Após a polêmica do kit anti-homofobia e a discussão do "nós pega o peixe" do livro "Por uma vida melhor", o ministro da Educação, Fernando Haddad, deve ser convocado para dar explicações ao Senado sobre o último episódio envolvendo a pasta - o guia de matemática que ensina que 10 - 7 = 4 e que 16 - 8 = 6.

O Ministério da Educação pediu à Controladoria Geral da União (CGU) para abrir sindicância e apurar os responsáveis por erros encontrados numa publicação distribuída pelo MEC para escolas rurais em todo país no fim do ano passado. Foram distribuídos 200 mil exemplares da Coleção Escola Ativa que tem 35 volumes. O investimento foi de R$ 14 milhões.

A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) pretende apresentar requerimento à Comissão de Educação da Casa para que Haddad dê explicações sobre os livros com erros distribuídos a mais de 39 mil classes da zona rural pelo Escola Ativa.

Os erros foram detectados no início do ano, e um grupo de especialistas julgou que eles eram tão graves que não bastava divulgar uma "errata" à coleção. A pedido do Ministério da Educação (MEC), a Controladoria-Geral da República deve abrir sindicância nesta segunda-feira (6) para investigar o caso.

"São erros básicos, grosseiros", criticou Serrano. "A ideia que passa é que há um problema de gestão no MEC, embora o ministro não admita. O contribuinte brasileiro está pagando por esses erros."

O secretário executivo de Direitos Humanos, André Lázaro, entregou na sexta-feira (3) uma carta de demissão à ministra Maria do Rosário, alegando "motivos pessoais". Lázaro era o chefe da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC quando foi realizada a edição e distribuição dos livros com erros.

O MEC informou que a equipe editorial da Secad responsável pela revisão do livro também já foi substituída, com a chegada da atual secretária, Cláudia Dutra.

Nos próximos dias deve haver uma reunião no Ministério com os coordenadores do programa Escola Ativa para definir como o problema será contornado, sem que os exemplares sejam desperdiçados.

Para Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o erro é imperdoável. "O MEC e os governos estaduais precisam melhorar os mecanismos de controle de qualidade", disse.